Drª Ana Rita Horta, Nutricionista
Sabe-se que o jejum resulta em cetogénese (processo que ocorre no fígado, em que após o processo de adaptação, a maior parte dos tecidos passam a usar ácidos gordos - gordura - como combustível, poupando a glicose - açúcar - e dando início à cetogénese).
Para além desta função energética, os corpos cetónicos originados neste processo, são responsáveis por evitar a sensação de fome, fator muito importante para a realização de um processo de emagrecimento.
Esta adaptação metabólica do organismo para obter energia, parece trazer várias vantagens, e embora sejam necessários mais estudos para concluir de forma determinante os benefícios efetivos deste método, a literatura aponta como principais efeitos do Jejum:
- Alterações na composição corporal (perda de peso, perda de gordura corporal);
- Aumento da sensibilidade à insulina e consequente melhoria no controlo da glicemia;
- Efeitos cardiovasculares (diminuição da gordura visceral, melhoria do perfil lipídico, nomeadamente diminuição do colesterol e triglicéridos sanguíneo);
- Diminuição da intensidade e frequência de convulsões em pacientes com epilepsia;
- Impacto no envelhecimento e cognição (diminuição do ritmo de envelhecimento biológico);
- Auxiliar na modulação da microbiota intestinal;
- Redução do stress oxidativo e diminuição do perfil inflamatório.
O jejum intermitente é um padrão alimentar no qual se alternam períodos de jejum e de alimentação em janelas de abstinência ou de ingestão alimentar de maior ou menor duração.
Embora seja, sem dúvida, uma tendência em crescendo, é vital lembrar que não é, de forma alguma, o verdadeiro milagre e muito menos a solução perfeita para todos. Esta prática é desaconselhada a crianças e adolescentes, atletas de alta performance, diabéticos, grávidas e indivíduos com doenças crónicas.
27 de Maio de 2021